Semana passada, tomando aquele sempre produtivo café no Mosh com o meu ídolo Oswaldo Malagutti, levamos um papo muito legal sobre a troca de gerações… Sem generalizar, uma parte “pendrive generation” anda apavorando o mercado do áudio, mas também temos pequenos gênios dessa safra por aí… O tom da conversa era: o que será que os caras lá das antigas pensavam sobre nós, quando chegamos com o pé no peito do mercado, cheios de idéias novas???

É claro que eram tempos diferentes, onde a música era diferente, as posturas eram diferentes, tudo era diferente… O Oswaldo me contou um lance muito legal sobre a gravação original de “My Mistake”, dos Pholhas, quando a sonoridade da gravação foi questionada pela banda, aos largos narizes torcidos dos técnicos do estúdio. O papo foi “esse som de voz não é o nosso, queremos o setup dos shows no disco”!!!… A música foi gravada com efeitos e sonoridade do stage, e deu no que deu… “Algumas” cópias vendidas e uma carreira “mais ou menos” da banda!!!… Hehehehe.

É claro que, guardadas as devidas proporções (e na nossa opinião), tínhamos muito mais referências musicais na época ao ouvir Deep Purple, Led Zeppelin, Beatles, Bread, etc, mas esses caras “da antiga”, no bom sentido, ouviam o que???… A sonoridade das Big Bands, do Blues, dos primórdios do Rock era igualmente fantástica para os recursos da época, com um toque imenso de atrevimento… É questão de sempre aceitar evolução.

O que eu questiono é evoluir com qualidade… Com informação, essência e postura, só isso!!!.. E assim a caravana vai passando nessas décadas… As grandes viradas do mundo do áudio são sempre muito legais e bem-vindas, com certeza. Os Beatles, a Disco Music, entre outras fases marcantes da gravação.

Bom papo pra pensar…

E por falar em “pendrive generation”, mais uma vez sem generalizar, vamos lembrar que uma Solid State Logic, Yamaha, Digico (entre outras maravilhas), por exemplo, também utilizam essa mídia tão polêmica!!!… Rsssss.

Sempre tomando muito cuidado com o atalho para a estrada direta ao “Universo Meu Umbigo na Repúblida da Primeira Pessoa do Singular” no mapa, façam suas escolhas com muito discernimento para que lado ir!!!… E se atrevam… Muito!!!

Até o próximo… Let’s mix!!!

E aí galera, tudo na paz???… E eis que mais uma AES se aproxima!!!… Aeeeeee. Hora de encontrar os amigos, jogar aquele bom papo fora e, principalmente, checar as novas e maravilhosas ferramentas do stage!!!

Vai ser boa essa festa, pois pelo que estamos vendo, muita coisa nova vem por aí. Estou bem curioso para dar aquela boa olhada nos nossos novos “brinquedos” e suas aplicações na concepção das nossas mixes!!!

Concepção???… Falei a palavra mágica. Onde anda a concepção no stage ultimamente??? A pendrive generation, sem generalizar, como sempre, anda ditando regras extremamente estranhas por aí.

Quanto mais novos equipamentos se mostram ao alcance dos nossos olhos, dedos e ouvidos, mais medo eu tenho de imaginar onde vamos parar. A nova geração “do bem” (só a do bem), focada em concepção, informação e execução do básico bem feito, tem surpreendido com ótimos profissionais e resultados extremamente equilibrados nas gigs, e é essa que eu quero encontrar no pavilhão da AES. A old school não entra nesse papo, pois sempre está presente com sua obrigatória sabedoria!!!

Tenho quase certeza que dividindo os assuntos com as ferramentas, estará o mercado (é só constatar a quantidade de letrinhas que esse tema consome nas redes sociais!!!)… Uma ressaca de agendas nunca vista, cachês surreais e outras coisinhas mais, nos coloca novamente no “Universo Meu Umbigo na República da Primeira Pessoa do Singular”!!!… Quando eu me apaixonei pela engenharia e pela música em meados dos anos 70 as coisas não eram assim… Juro!!!… A engenharia era muito mais unida e solidária, assim como compartilhar experiências e informação era um prazer imenso, hoje restrito aos caras (e meninas) que todos conhecemos bem, e que sempre serão a “elite”, quando o assunto é postura. Não sei se me apaixonaria hoje em dia.

Mas vamos lá… Vamos esquecer por alguns dias o “preço de banana, serviço de macaco”, o “é o que temos para hoje”, etc, e contar nos dedos as datas da AES. Sempre um acontecimento de informação técnica, aprendizado e boas conversas… Vamos deixar pra lá o lado negro da força. Quem sabe, muitas coisas um dia voltam a ser como eram!!!

Até o próximo.

Bom galera, nesse post, no dia em que a música ficou extremamente mais pobre e o céu absolutamente mais iluminado, vou me permitir um tempo nos assuntos técnicos e prestar minha homenagem ao Cidão…

Amigo, parceiro de muitas madrugadas, completamente musicais e produtivas, foi um verdadeiro professor no estúdio. Um cara que acima de tudo, me fez olhar um piano de outras maneiras e entender o instrumento muito mais profundamente, entre magníficos arranjos e ótimas piadas.

Me deu puxões de orelha… Me ensinou música… Me ensinou postura!!!

Não fui me despedir de você, me perdoe… Quero que a imagem mais musical e alegre se perpetue na minha memória. Já fiz todas as orações possíveis, para que todos os Espíritos de Luz tornem tua viagem serena e abençoada…

Leva teu piano mágico pro outro plano… Enquanto não nos encontramos por aí, descansa e faça muita bagunça como sempre foi por aqui, ok??? Você foi “obrigatório” pra mim… Thanks por tudo!!!…

Te amo Aparecido Bianchi… Eternamente!!!… Força para toda a família…

Amém…

Até o próximo post, de volta aos assuntos técnicos.

E aí galera???… Já que estamos no início de mais um ano de música & stage, gostaria de falar um pouco sobre o Grammy/2015…

Como sempre, mais um “banho” de produção e comprometimento em absolutamente todas as áreas do evento. Ponto!!!… Ok, o business da música por lá é outra realidade, mas a paranoia saudável em fazer bem feito pode ser universal, só depende de nós e dos envolvidos e qualquer situação do ramo…

Não vou falar do artístico, pois é óbvio a paixão que cada um deles tem com o seu trabalho, não importa o segmento e preferências pessoais, mas da proporção gigantesca do respeito ao direito autoral, aos profissionais envolvidos em todas as áreas, o comprometimento com as leis e como levar isso aos legisladores, a ética, etc…

Ninguém se prostituindo por um falso glamour… Essência não tem plug-in e nem cabe em um pendrive. Não precisam disso onde o “imediatismo” e atitudes oportunistas não mandam no mercado!!!

Sem generalizar e, principalmente, sem colocar todo mundo no mesmo pacote de não comprometidos que habitam nosso território musical, é claro, obra é uma coisa muito séria por lá!!! É como deveria ser por aqui… Isso influencia completamente o resultado final, técnico e artístico, gera trabalho sério, e trabalho sério gera receita, faz girar a criatividade e o business…

É fácil… Temos artistas bárbaros, equipes fantásticas, alguns times de produção de primeiro mundo, parcerias fortes, entre outras coisas mais… Como eu adoraria ver a seriedade virar regra básica em 2015… Que o Grammy Awards 2015 sirva exemplo e empurre quem ainda não se tocou que essência é tudo!!!… Amém…

São as condutas básicas de uma verdadeira religião chamada “Música”!!!…

Simples assim.

Até o próximo papo!!!

(Arte by www.grammy.com)

Aeeeee… Feliz ano Novo galera!!! Vamos lá para o primeiro post do ano, e mais uma vez o assunto é a velha, boa e (infelizmente) nem sempre respeitada preservação auditiva.

Nos meus 30 e lá se vão mais uns cinco ou seis anos nessa conta, sempre tomei um cuidado extremo (quase paranoico) com a minha saúde auditiva (e dos meus artistas também), seja no stage ou no estúdio. Diálogos como esse, foram vários:

– “Farat, tem mais volume nesse side???

– Tem sim…

– Então coloca muito mais “gás” aeeee…

– Não… Sou contratado para mixar seus monitores, não para destruir sua saúde!!!”…

Simples assim, não porque não!!!… A audição tem limites e exageros não cabem no stage!!!… É uma questão lógica. Consultas e orientações de profissionais dedicados e que vestem a camisa dessa causa, são obrigatórias e extremamente preventivas, sempre lembrando que danos auditivos são enlouquecedores e irreversíveis, ok???

Não só nos dias de hoje, mas já há algum tempo, a qualidade e definição dos equipamentos, tanto monitores de estúdio, do stage e, principalmente, o “universo in-ears”, nos proporcionam um trabalho com timbres incríveis nas nossas mixes e um SPL bem confortável e seguro para os nossos ricos tímpanos (e dos outros também).

Preservação auditiva é coisa muito séria galera… Não depende do seu endorsement, das suas marcas prediletas ou do seu gosto pessoal!!!… É o discernimento de cada um determinando quanto tempo teremos de vida saudável no stage!!!… 

Bom, que a cada dia os cuidados superem a insanidade de equalizações bizarras e volumes inacreditáveis que ainda habitam o “planeta áudio”!!!

Que o ano seja musical, produtivo e preventivo!!!

Até o próximo!!!

E aeeee galera… Bom, eu sempre utilizo o último post de cada ano para aquele balanço do que foi a estrada, depois de mais 365 dias de stage…

Desse ano atípico de Copa do Mundo, eleições, etc, paralelamente ao mercado distorcido por posturas pouco profissionais e algumas ainda muito pouco éticas, o que mais me deixou feliz de verdade foi a quantidade de gente querendo dividir informações e outros mil correndo atrás de progressos!!!… Muitos treinamentos, workshops, papos na net, especialistas de produtos ralando por todo o país para que a cada dia, seja muito mais fácil e prazeroso “voar” no mundo do áudio!!!… Parabéns a todos!!!

Pode não ter sido o ano que a maioria de nós esperava, mas deu gosto de ver muitas empresas dando um grande salto no atendimento, na aquisição de novos equipamentos e especializando seus técnicos… Tudo bem, muita coisa ruim também, mas isso é problema de quem optou por ser desinteressante no mercado e só pensou no seu próprio umbigo!!!… Palmas para eles, pois o esquecimento é só uma questão de tempo!!!

Estamos no final da Tour Elektra do RPM, que já prepara o novo trabalho para a virada de ano, e podem esperar um disco bem “RPM” pra 2015. Obrigado Paulo Ricardo, Schiavon, Deluqui e Paulo Pagni… Muitos voos, barcos, stages e diversão ainda pela frente!!! Espero ter contribuído de maneira completa e eficiente para o nosso job!!! Tecnicamente nenhuma novidade além do que eu já publiquei em outros posts sobre essa tour da banda, e a nossa concepção nas mixes do stage continua valendo… Mudanças radicais na próxima eu atualizo aqui, ok???

Quero também agradecer aos grandes parceiros da “engenharia” pelas roubadas, pelas brejas, vinhos e papos por aí, o que sem isso a vida na estrada seria muito sem graça e monótona. Entre erros e acertos acho que o balanço foi muito produtivo, o que torna 2015 um ano de muita esperança e de novos desafios. Acredito, como bom Canceriano, que os noticiários catastróficos de todos os dias que nos derramam uma grande piscina de água fria, não vão apagar o show bizz e o nosso comprometimento… The show must go on!!!

Que venha a “Virada”… Thanks aos que fizeram, aos que vão fazer e aos que “jamais farão parte da minha vida”, pessoal e profissional… Ninguém fica na nossa história por acaso!!!… Para encerrar, quero agradecer demais aos parceiros de endorsement que confiaram no meu comprometimento e contribuíram muito na minha escalada de trabalho esse ano, pois se eles a coisa teria sido um pouco menos divertida…

Ah… é claro, um abraço muito particular ao Nelsão e a toda a equipe da Backstage por mais um ano desse espaço aberto no blog (já são mais de três anos de conversa aqui)!!!… Thanks a lot!!!

Feliz Natal, uma grande Virada pra todos e um 2015 de comprometimento & boas mixes!!!

Farat

Vamos nós outra vez com a mesma conversa… Talvez a frase “mas ontem foi muito bom” seja a mais temida da história do show bizz…

É impressionante, e ao mesmo tempo assustador, que as coisas ainda não aconteçam como planejado em alguns lugares do mapa, em um período de fartas palestras, workshops, manuais online, cursos, links de treinamento e, principalmente, uma grande quantidade equipamentos de ponta disponíveis… Os relatos de experiências desastrosas e cansativas, são extremamente repetitivos, todas as Segundas nas redes sociais.

Eu acredito que em nenhum período da história do áudio, tantos profissionais se demonstraram tão dispostos a dividir informações do stage como hoje em dia… Não existem mais motivos para um show malsucedido!!!.. Fato.

A sopa de letrinhas anda tão farta, que a batata quente fica passando de mão em mão e ninguém assume a culpa. Será que é mais fácil “assumir culpa” do que “assumir o comprometimento em fazer direito”??? Serve pra todo mundo… Profissionais e locadoras!!!

Coisas incríveis como PAs desalinhados, monitores com componentes diferentes, processadores travados, mesas digitais que mixam sozinhas, energia deficiente, configurações de riders absurdas e atendimento sofrível ainda habitam nosso dia a dia, por incrível que possa parecer. Como eu já postei há muito tempo atrás, nunca foi tão fácil “voar” como hoje… Se cada um fizer o básico do básico da sua parte, todos seremos felizes no palco, todos os dias…

Como sempre, sem generalizar, são as equipes das bandas que acabam resolvendo os problemas que seriam das empresas e dos profissionais envolvidos em entregar a estrutura toda funcionando de forma correta, agregando um grande desperdício ao cronograma do evento (fora o tempo perdido de lapidação de nossas cenas e configurações).

Agora, eu seria leviano (já que o termo anda na moda…rs) de falar apenas das empresas, pois eu estou careca de informar problemas aos técnicos das locadoras, que foram ignorados pelas equipes das bandas da noite anterior… Muitos casos de faders de mesas com problemas, monitores que falam diferente um do outro, microfones deficientes, etc, não foram relatados aos envolvidos no evento. Bola de cristal ninguém tem, certo??? “Ontem foi muito bom!!!???”… Muito bom pra quem???…rs.

Por favor, vamos conversar mais, relatar mais, dividir mais… Se quem não tem o comprometimento pessoal e profissional nesse foco não remar nessa corrente o problema não é nosso, ok???!!! Se a $$$ acabou nivelando o mercado paralelo muito abaixo do mínimo, façam suas opções em não fazer parte dele… Simples assim!!!

De verdade, eu acho que isso pode estar no fim… A quantidade de eventos divertidos e bem resolvidos nas mãos das mais variadas locadoras aumenta muito acima dos ruins, isso é fato!!! O “funil” está aí, ele existe!!!…

Pra encerrar, acho que nunca estivemos tanto com a faca e o queijo nas mãos para acabar com o “é o que temos para hoje”… Só depende de nós!!!

E que um discernimento geral e irrestrito, somado as nossas orações para “N.S. da Licitação”, contribuam para que o “ontem realmente tenha sido muito bom”!!!…

Abraços.

No meio do show do Rick, no Teatro Bradesco, em Sampa, passou aquele filme dos últimos 38 anos da minha história com o áudio. Me lembro como se fosse hoje do concerto “Journey To The Centre Of The Earth” no Ginásio da Portuguesa, meu primeiro grande show!!! Naquele tempo, meados dos anos 70, eu sonhava com o mundo (nem sempre) glamoroso do show bizz, mas como office-boy de construtora e assíduo frequentador da Praça da Bandeira, em Caçapava, sabia que o caminho seria longo…

Lá fui eu com meu querido Pai pra São Paulo começar essa jornada com ingressos comprados, e o caminho já começou com um sufoco… Chovia torrencialmente na Via Dutra e o nosso busão foi jogado na contramão da estrada quase (não) chegando por aqui!!!… Começou bem!!! Hahahahaha. Mas deixa isso pra lá, porque nada de grave aconteceu e meu anjo da guarda já trabalhava forte naquela época.

Voltando a falar de Rick Wakeman, aquele show tinha duas opções, em dois dias diferentes: no primeiro ele tocaria “Journey To The Centre Of The Earth” na parte principal, com a Orquestra Sinfônica de Campinas, um grande Coral e narração de Paulo Autran, com partes de “The Myths and Legends of King Arthur and the Knights of the Round Table” & “Six Wives os Henry VIII” apenas com a banda… No segundo dia, ele trocaria o Centro da Terra pelo Rei Arthur com a orquestra e coral… Optei pelo primeiro!!!

O impacto daquilo foi bombástico… Esqueçam aquela histórica acústica horrorosa e sem a tecnologia dos PAs de hoje, pois ela foi atropelada por um lugar mágico na parte do fundo do stage, onde eu tinha uma visão incrível da orquestra, coral, banda e daquela constelação de teclados!!! Fiquei alucinado… Os olhos brilhavam… A vida nunca mais foi a mesma depois disso…

Somado aos álbuns “The Dark Side of the Moon (Pink Floyd) & “A Night at the Opera” (Queen), foi o meu primeiro empurrão para o mundo do áudio. Claro, para finalizar o “estrago”, o Genesis veio no ano seguinte com “Seconds Out” no Ibirapuera… Não tinha como continuar a ser office-boy de construtora ou ficar vagabundando e alimentando pombos na Praça da Bandeira!!!

No nosso encontro relâmpago no backstage do Teatro Bradesco eu não tive tempo de contar a história dessa influência, definitiva na minha estrada, mas apenas registrar que eu estava lá naquele dia mágico!!! Sem problemas… O momento foi extremamente especial pra mim, e o agradecimento estava no coração e na alma!!!

Thanks a lot Sir Rick Wakeman… Nada seria como é, sem o velho Ginásio da Portuguesa!!!

Até o próximo galera!!!… Abraços.

Outubro de 2011!!!… Foi quando essa brincadeira de dizer algumas verdades começou… Pelo menos as minhas verdades… Gostaria de agradecer todo esse espaço, confiança e respeito de todo o crew da Backstage, o que sempre foi muito gratificante, e se depender desse blogueiro aqui, vai continuar sendo por muito tempo. Muito obrigado, de verdade galera.

Resolvi nesse post, escolher e publicar novamente um dos textos que mais gostei de compartilhar nesses três anos e que ainda acho bem atual… Mês que vem, de volta ao material inédito!!!…

Aí vai…

“Mais uma vez no player o Blu-ray “Michael Jackson’s This Is It”… É impressionante como as palavras competência, dedicação e talento tem outro significado depois desse (quase) show… Vou ser repetitivo nesse post, mas tocar nesse assunto é algo extremamente rico… (pode colar esse texto ao post “Comprometimento”)!!!…

Há muito tempo, desde os tempos de boy de construtora, sempre tive o foco em apenas fazer a coisa de maneira certa, ouvindo mais do que falando, tentando ser “o grande entregador de placa e apontador de frequência dos operários nas obras” ou “o melhor datilógrafo de memorial descritivo da cidade”!!!… É claro que isso não se aplica aos meus dias finais no escritório, quando fui demitido por um flagra tocando “Come Taste The Band” do Deep Purple na máquina de escrever em dia de concorrência, dublando meu gravadorzinho K7 Panasonic vermelho com tampinha de acrílico preta, e com uma Basfita 46, reproduzindo o referido álbum!!!…rsrsrsrsrsr.

Mas que besteira esse lance de “o melhor”… Principalmente no mundo do show bizz… Não existe “o melhor”… Nunca existiu!!! É a verdadeira “treva” quem fala o tempo todo na primeira pessoa do singular!!! O procedimento correto é o melhor… Quem progride no mundo do áudio é porque assimilou e seguiu o procedimento técnico (e postura) mais adequado!!!… Ponto!!! O comprometimento com o resultado final deve ser o foco… Seja lá qual for o seu orçamento, as limitações de produção ou inúmeras e (cada vez mais) indescritíveis burrices por aí, faça sempre o seu melhor… A soma do melhor que podemos fazer, cada um na sua, não depende da $$$, depende da essência…

Voltando ao “Michael Jackson’s This Is It”, é um espetáculo o nível de envolvimento em dar o melhor que se pode, em cada acorde, em cada dançarino, músico e engenheiro… O foco é explícito… Tudo é exaustivamente pensado e concebido, para que todos possam no final da soma dos talentos envolvidos, terem a certeza de cada gota de suor em cada momento foi “o céu”!!!… Sem contar a maior quantidade de “por favor” e “muito obrigado” que eu já ouvi num stage…

Selecione com muito critério quem vai ser o seu artista ou banda, e assuma a responsabilidade de fazer o máximo que puder pelo resultado final da tour!!! Show bizz é isso… Somos isso no stage… Ponto!!!… Não acha???… Tudo bem, vai vender zíper, cobrir botões, estudar a reprodução dos anfíbios, fabricar carimbos ou um monte de outras opções dignas que o mercado oferece fora do palco!!!… Simples assim!!!…

Ou “pede pra sair”!!!

Até a próxima, abraço!!!”…

Bem lá início da minha carreira em 1978, quando todos os estúdios fechavam as portas na minha cara, um acreditou que um dia eu poderia prestar algum serviço ao áudio no país; o Vice-Versa… Quando saí da sala do Luiz Botelho fui apresentado ao engenheiro de gravação do estúdio na época: um cara de bermudas, sapato de couro sem meia e camiseta, só andava de Alfa Romeo 2300, mais ou menos parecido com o Christopher Cross; o Marcus Vinicius. Sabe a primeira coisa que ele me disse? – “Quer ser um bom assistente, esqueça tudo o que ouviu na reunião com a diretoria e faça o que eu te ensinar a fazer ok?…” rs

Esse era o estilo Vinicão, um dos maiores caras de áudio que eu conheci na vida. Tive a honra de ser seu assistente durante muito tempo e seguir todos os mandamentos direitinho antes de achar que eu sabia alguma coisa sobre gravação. Não dava pra acreditar no que esse cara fazia em seis horas de estúdio (era ele em Sampa e o Victor Farias no Rio, um banho de som no velho vinil…).

Muita coisa do que eu aprendi na vida sobre áudio devo a essa “benção” de ter trabalhado com o Vinícius, principalmente postura. Fora isso, tinha o lado “ao vivo” que era fantástico também (quem dos mais velhinhos não se lembra do primeiro show com mais de 100.000 pessoas no Ibirapuera com a Cor do Som?…) e me deixou muitas lições para o que faço hoje.

Já são muitos anos sem o cara entre a gente, e o buraco que ficou não tem tamanho! Como eu gostaria (e acho que já passou da hora) de ver mais publicações sobre quem foi o Vinicius pro mundo do áudio, incluindo aí o trabalho dele no Vice-Versa, na WEA, na publicidade, no Nossoestúdio com os discos do selo Som da Gente e outras muitas coisas mais.

Um beijo cara, onde quer que você esteja aí em cima!…

Te amo maluco!!!