Ummagumma, The Brazilian Pink Floyd; profissionalismo e respeito “mode on”!!!

Ummagumma Face

Maio realmente foi especial… Um belo dia em casa toca o telefone, com o meu brother Mazinho Nogueira me perguntando se eu gostaria de mixar os monitores da Ummagumma… Bingo, topei na hora!!!…

Antes de qualquer coisa, quero dizer que tenho convivido no stage (e fora dele), com algumas das pessoas mais honestas, profissionais e humildes, como há muito tempo não via no show bizz!!!… Antes de qualquer coisa, agradeço com todas as letras esses shows incríveis, muito bem recebidos nessa primeira fase, no Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte, com um repertório clássico e um respeito indescritível pelo meu trabalho… Thanks a lot por tudo o que tem rolado até aqui!!!…

Bom, fazer um tributo ao Floyd é uma coisa seríssima, e a dedicação e o profissionalismo da Ummagumma foi uma grata surpresa, nos primeiros acordes do nosso primeiro soundcheck… Isso aconteceu lá em Três Pontas, cidade natal da banda, em um festival classic rock, organizado pela banda para o lançamento da Tour/2017, que contou com inúmeras bandas convidadas para a festa, o que foi muito gratificante, demonstrando o respeito da galera por todas as gigs!!!

Voltando ao Floyd, o set list composto pela execução completa de “Animals”, “Echoes”, “The Dark Side Of The Moon”, além de mais alguns clássicos, configurou um show extremamente agradável para o público, músicos e, principalmente, exigindo do crew uma dedicação sem tamanho no resultados de luz e som. Todos os músicos passam o som em todos os shows (coisa rara), procurando lapidar seus timbres e mixes, o que ajudou meu trabalho no stage.
Como eu sempre digo, não precisamos jantar todos os dias na casa dos artistas (o que foi diferente em Três Pontas, pois além do carinho de todos, rolou a cozinha espetacular da casa) e nem ver a novela das nove antes de ir embora, mas sim conhecer o gosto pessoal da mix de cada um!!! Fato… E destacando ainda a convidada especial Lorelei McBroom, que dispensa apresentações e assim que pisou no palco foi até a console de monitor, descreveu toda a concepção da sua mix de ear, equilíbrio, reverbs, harmonias, etc… O básico, o simples, o foco no resultado. Virei fã incondicional!!!

Basicamente tenho 16 mixes de ears no stage, mais uma via central de monitores & side, para situações específicas dos shows como, por exemplo, solos das vocalistas, convidados e nos (cada vez mais raros…) momentos e que o lead vocal Bruno não utiliza seus fones… Dividindo o coração dos monitores, a velha e fiel Yamaha PM5D e a CL5. O Yamaha Console File Converter funciona muito bem na conversa entre as duas opções… A importância dos ears nesses concertos é total, pois me proporcionam chegar bem perto de todos os reverbs, delays e demais efeitos da obra original do Floyd, concepção muito respeitada nas mixes do P.A., pelo Mazinho. Inventar sonoridades novas para os tracks originais seria, no mínimo, de uma irresponsabilidade sem tamanho!!!

Enfim, pretendo por muito tempo ainda fazer parte da Família Ummagumma, uma gig que me deixa extremamente feliz antes, durante e ao final de cada show!!! Agradeço, mais uma vez o carinho e o respeito de todos, recomendando muito esse show, com todas as suas cores e sons!!!

Até a próxima!!!

Photos: Lucas Pacheco & Arquivo Pessoal

https://www.ummagumma.com.br/

https://www.facebook.com/ummagummatbpf/?ref=br_rs

Não passa som??? Azar o seu… (e do crew)!!!

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Um post de Facebook essa semana, fez um link pra esse artigo do blog. A velha história de não passar som no show bizz… Bom, eu sou da velha escola de sempre ter soundcheck presencial. Como eu sempre digo, se você consegue saber como os seus músicos e artistas vão se comportar naquele stage e naquele dia, parabéns!!! E faça logo a patente desse procedimento, pois ficará rico!!!

Já que ainda não inventaram um time code no cérebro de cada cara no stage, o soundcheck virtual é espetacular, até a página dois, fato!!! Nos últimos 38 anos de palco, todos os shows com passagem de som foram muito mais musicais e produtivos para o crew… Apesar de quase ninguém assumir, as primeiras músicas de cada evento sem passagem é a treva absoluta (e esqueçam aquele papinho de que quando passamos som é pior porque pedem mais coisas no show)!!! Desconforto na mix, desconforto nos ears, a correria para o “na terceira música tudo está no lugar”!!!… Ok, que seja instituído o desconto de 3  músicas nos ingressos dos shows sem soundcheck!!!

“Poxa Farat, é tudo digital”… Lindo!!! Temos muito mais tempo para lapidar nossos efeitos, mixes, concepção de timbres, etc… Ou o digital só serviu para que as produções apertassem nossos horários e logística??? E ainda, sem pedir licença, vou citar meus anos de Ivan Lins… Presenciei dezenas de obras de arte do patrão saindo das passagens de som, pois a primeira coisa que o Ivan pedia para o Micca Griecco era gravar todos os sounchecks no Pinocchio (o Pinocchio era um gravador de fita K7 que o Micca tinha, que tornava absolutamente espetacular todos os timbres que passavam pelo input… hehehehehehe)!!!…

Passar som é musical, é produtivo, é obrigatório… Bom pro show, bom pra música, bom pro crew. Se passar som estivesse fora de moda caras “sem importância” como Paul McCartney, Stevie Wonder, Sting e gigs go gênero ficariam dormindo nas suas suítes presidências e não acordariam 7:00 hs da manhã pra estar no stage passando seu som!!!

Enfim, cada um que zele por seu trabalho e resultado final!!! Posso ser velho, old school, ranheta, mas ainda tenho muito discernimento em cima de um palco. Na verdade, não somos só nós que temos que ter esse comprometimento. Só mais uma coisa… Quem não passa som é o último a ser atendido, ok???!!! Fato….

Um grande brinde ao soundcheck!!!

Até o próximo.