Aos Mestres com carinho, parte II…

Mestres II_Small

Booooora lá pra segunda parte… Já postei sobre meus mestres das baquetas, mas faltaram alguns deles… Hoje dedico meu artigo ao Alaor Neves, Carlos Bala, Lincon Cheib & Ramon Montagner!!!

Primeiro a elegância de um cara chamado Alaor Neves… Um monstrinho no mundo dos tambores. Conheci o Alaor nos meus tempos de Vice-Versa, como a maioria deles. O que mais me chamou a atenção naquela época foi a classe. Como eu sempre digo, o alinhamento e afinação do instrumento, o conhecimento de todos os estilos (me fez mergulhar nos sons de Terry Bozzio & Jeff Porcaro, entre outros) e o comprometimento em tocar para a banda era o diferencial. Agradeço muito os puxões de orelha que eu tomei quando a tomada ficava torta. Thanks véio, até hoje guardo muitas lições daqueles primeiros tracks que gravamos!!! Espero não ter decepcionado você com o passar dos anos…

Carlos Bala… Hahaha, fala sério. O único que sabia reproduzir aquele som de batera incrível do CD do Christopher Cross (“Sailing” rules). O cara que e ensinou jogar a afinação da bateria lá no chão, sem medo de ser feliz!!! O músico que mais tocou para os ponteiros das analógicas que eu já vi. Nem vou falar das performances ao vivo. Me lembro muito bem do dia em que o Paulinho Braga viajou para os USA com o Tom Jobim, e o Bala foi convocado para fazer alguns shows com o Ivan Lins, na Tour “Mãos”… Uma fita cassete entre São Paulo e Recife… Só isso. Na hora do show parecia que tinha feito toda a tour. Incrível. Depois a “djavaneada” que todos conhecemos. Master!!!

Na minha fase final dos anos de Milton Nascimento, foi a vez de me render ao Lincon Cheib. Outro cara que leva a disciplina ao extremo. Um bom gosto especial no stage, sempre com um resultado que cabe em qualquer mix. Bota tudo no zero que ele só vai tocar o que a música pedir. Um conhecedor profundo de ritmos e sons. O respeito que esse cara teve comigo no palco é recíproco ao seu conhecimento. Esse período de convivência me ensinou definitivamente como mixar bateria e uma gig repleta de percussionistas. Menos é mais Srs. !!!

E pra finalizar, abro alas para o Ramon Montagner, meu parceiro de busão e longos papos na estrada… Um estudioso/perfeccionista do mais alto calibre. No período recente, no qual eu mixei os monitores dos meus queridos amigos da Falamansa, me rendi completamente ao estilo Ramon de tocar. Um mix de percussão e bateria no seu set, uma técnica invejável de execução e um bom gosto tremendo nas suas mixes de in-ears. Nem vou comentar mensagens de bateras gringos no seu Whatsup. Vou pular essa parte… Hehehehe.

Enfim, gratidão eterna por ter a chance de conhecer e ter esses caras sob os meus faders!!! Um aprendizado a cada groove, a cada levada…

Thanks a lot, meus amigos e mestres!!!

Jorge “Gordo” Guimarães…

Blog1

Bom galera, como eu já estou careca (ao pé da letra…rs) de dizer, no final dos anos 70, começo de tudo, quando entrei no Vice-Versa fui assistente de um dos maiores ícones do áudio no país, o saudoso Marcus Vinícius (o Vinicão), e agradeço esse aprendizado eternamente… Desculpem, não citei o Ricardo “Franja” Carvalheira, o Wilson “Relax” Gonçalves e o Nelsinho Castro Dantas…

Com o passar do tempo, fui conhecendo outros engenheiros do mercado e quase todos nós naquela época queríamos ser Marcus Vinícius ou outro dos meus ídolos, o Vitor Farias, com seus álbuns incríveis desde então.

Um belo dia alguém me disse; “você conhece o Jorge Gordo”???… Pronto, estava se formando mais uma referência pra mim. Que sonzeira esse maluco fazia… O que era aquele som de bateria??? Aquelas mixes??? O cara era unanimidade no Rio de Janeiro. Não me lembro muito bem o que fui fazer nos Estúdios da Som Livre de São Paulo um dia, mas ele estava lá, se não me engano trabalhando em um disco da Rita Lee. Fui absolutamente bem recebido por ele, que nunca tinha ouvido falar em mim, e nesse dia, o mais sincero respeito e admiração por essa figura sensacional nasceu por aqui!!!

Blog2

Não vou falar do Gordo como o profissional que foi, pois todo mundo conhece, mas da pessoa. Um astral incrível e um foco que eu nunca vi no resultado final de cada trabalho, fora o bom humor…

Caras como esse, que não deveriam ir embora tão cedo, estão com a sua história definitivamente escrita no livro do Universo do Áudio, e mesmo tendo trabalhado com ele, muito menos do que eu gostaria, foi uma das minhas referências absolutas lá no começo.

Convido todos os que conviveram diariamente com o Gordo, por favor, deixarem seus depoimentos nos comments do blog, pois muita coisa vai enriquecer esse post (o de só ter mixagem ou gravação se a TV estivesse funcionando, podem pular… hahahaha)!!!

Blog3Um beijo véio, onde quer que você esteja aí por cima!!! Tenho certeza que sua passagem foi serena e na Luz… E continue policiando meus sons de bateria, ok???

Até o próximo.

Nesse link, um pouco da sua discografia:

https://www.discogs.com/artist/636575-Jorge-Guimar%C3%A3es