Pouco mais de um ano depois da volta do RPM na Virada Cultural Paulistana, a Tour Elektra segue firme, forte e cada vez mais ‘redonda’ pelos stages do país… Desde os primeiros ensaios pouca coisa mudou na configuração das mixes do monitor, mesmo com a entrada aos poucos das músicas novas e momentos diferentes do show.
A opção pela utilização da “J.Lo” (sim, é a única maneira que eu consigo chamar minha PM5D…rs) continua valendo, com seus 48 canais e suas 24 trabalhando full time, nas duas horinhas mais divertidas que eu tenho passado ultimamente!!!…
Bom, como correr atrás do melhor que podemos fazer e com a paranóia saudável de não errar (ensinamento eternizado pelo Peninha em todas as edições Free Jazz Festival), a concepção híbrida dos monitores foi adotada sem maiores problemas… Todo mundo com seus in-ears mandando no show, e algumas mixes de chão devidamente incorporadas no stage. Qualquer problema com transmissão e recepção, imediatamente as mixes de chão entram em cena, num step de volume diferente do inicial e a festa segue sem problemas…
Já fui muito questionado com essa história de monitoração híbrida (principalmente por quem nunca pensou nas situações problemáticas de transmissão e recepção, quando um “chão” bem mixado salva a pele de todos), mas tudo é feito com critério e discernimento, sem essa de ear, monitor e side falando no máximo volume o tempo todo…
Nas mixes de teclados, por exemplo, como o Schiavon usa só um lado dos phones, nos dois monitores frontais, ele faz a mix do seu set, como se sentir mais confortável… No ear, faço uma mix básica e definida do show, e naquele terceiro monitor, colocado estrategicamente atrás do set de teclados, mixo os grooves eletrônicos, os samplers mais pesados, snare, kick & bass, aliviando o trabalho do phone e dando uma “sombra” muito confortável no resultado final do palco…
O Paulo Ricardo jamais tira os phones durante o show, pois a concepção da mix dele com quatro máquinas de efeito (hall, early reflections, delays & drumx fx) seria muito difícil de ser fielmente reproduzida em monitores de chão (salvo estarmos em um teatro acusticamente perfeito, com monitores de ponta e o chão configurado stereo)… Sendo assim, os monitores desempenham firmes e fortes o papel daquela “encostada” no som dos amplificadores do palco, e principalmente, a de mix reserva, aí sim, onde ele vai trabalhar full!!!
Nas mixes do Nando, a mesma concepção híbrida funciona muito bem, exatamente como a do Paulo, sem nada pra acrescentar.
Na bateria, envio a minha mix L/R, e um track de click para a mesa do Paulo PA Pagni, e ele se vira muito bem com isso… A parte híbrida é composta por um monitor e sub, com a mesma opção de um segundo step de volume no caso de um show sem phones… (obs: a mix L/R da bateria, também é linkada ao PSM 900, como via reserva de phone).
O side faz sua parte de “sujar” um pouco o palco, na verdade atuando mais como sub e espalhando voz e grooves pelo stage, e quando o PA vai pra frente do stage sem phone no set acústico.
Bom… Resumidamente, é mais ou menos isso… Complicado??? Não acho, pois cada detalhe foi pensado, concebido e vem sendo executado com muito critério e discernimento… E é assim que a Elektra segue “invadindo” por aí. Apareçam qualquer dia pra tomar um café e ouvir um bom “barulho que pensa”!!!…
Abraços… Até a próxima!!!
(Photo by Sandra Carrillo)